Ao comparar o primeiro semestre de 2017 e o mesmo período de 2018 no DF, pessoas negras tiveram redução de 2,8% nos ganhos do trabalho, enquanto para não negros houve aumento de 0,6%.
Já a remuneração média dos negros com ocupação reduziu de R$ 2.831 para R$ 2.753, e a de não negros foi ampliada de R$ 5.030 para R$ 5.061.
As informações são do boletim especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) no DF, divulgado hoje (20), em alusão ao Dia da Consciência Negra. A Pesquisa é desenvolvida por meio de parceria entre a SEDESTMIDH, a Codeplan, a Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
QUEDA MENOR
De 2017 para 2018, a taxa de desemprego diminuiu de forma geral no DF. Foi de 20,3% para 19%. Para a população negra, o declínio foi equilibrado — de 22,2%, em 2017, para os atuais 20,9%. A comparação considera o primeiro semestre de cada ano. O setor de serviços é o que emprega mais ambos os segmentos.
De acordo com o estudo, a população negra se insere no mercado de trabalho de maneira mais precária do que a população não-negra. Exemplo disso é o fato de negros terem maior presença no mercado, mas também representarem as taxas mais elevadas de desemprego.
“Muito já se conquistou nessa questão da presença dos negros no mercado. Ela era muito precária no passado. Hoje, os números são melhores mas não é o ideal”, afirmou a coordenadora da PED, Adalgisa Amaral.
Já subsecretário de Igualdade Racial, Victor Nunes , ressaltou a importância da pesquisa e mostra a continuidade de um problema antigo que impede melhores avanços. “É o racismo que continua na sociedade. Tanto que observamos que a qualificação profissional de negros não garante melhores empregos e salários”, disse.
Por: Rafael Secunho com Agência Brasília